sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Amós, o profeta da justiça

I - O homem - Muitos supõem que Amós é o profeta mais antigo entre aqueles cujos escritos possuímos. Se é assim, então o seu livro é o mais antigo volume de “sermões”. Quer seja verdade ou não, Amós é um dos pregadores mais efetivos do arrependimento e do juízo dos escritos encontrados no Velho Testamento. Como bem observa Cornill, “Amós é um dos aparecimentos mais maravilhosos na história do espírito humano”. Sem dúvida o seu nome, que significa “carga” ou “carregador”, deve ser distinguido cuidadosamente de Amoz, o pai de Isaías, visto como são escritos de modo diferente no Hebraico. Como Elias, Lutero e outros reformadores religiosos, Amós foi tanto um produto como um representante do seu tempo. Severo, ousado, dono de si mesmo, um homem de granito, com uma mente poderosa e exata e uma viva imaginação, sendo uma das figuras que mais chamam a atenção em toda a história dos hebreus. Ele não só foi o primeiro dos profetas que escrevia o que pregava, como foi o primeiro de uma nova era.
II - Seu lugar e principal ocupação - Criado às margens do deserto, 19 Km ao sul de Jerusalém, Amós foi um dos pastores de Tecoa (Amós 1:1), um homem rústico como Miquéias. Como o nome de seu pai não é mencionado em parte alguma, conclui-se que ele provinha de família pobre e obscura. Era um pastor e, portanto, nasceu para ser um pregador. Ele cuidava de uma espécie peculiar de ovelhas pequenas, cuja lá era fina (conforme indica a palavra hebraica “noked” em Amós 1:1, auxiliado pelo cognome árabe), uma espécie de aparência feia, mas altamente estimada pela sua lã. Ele também se apresenta como um colhedor de figos selvagens (Amós 7:14) e tinha uma relação íntima com a natureza. Nos desolados distritos de Judá, que desciam bruscamente para o Mar Morto até o Oriente, onde as feras perambulavam com freqüência, sem dúvida Amós havia estudado pormenorizadamente as estrelas, observando as distintas fases da lua e olhando com admiração o sol, quando este despontava por trás das montanhas de Moabe. Respirando sempre o ar fresco e vigorante do deserto e escalando com freqüência os picos mais altos, Amós vivia diante de amplos horizontes, observando o panorama do deserto como sacramentos da presença divina. Naturalmente sua ocupação o levou aos mercados de lã, nas cidades setentrionais. Ali chegou ele a conhecer a vida e a religião do povo. Mesmo tendo pouca cultura, por ter vivido como um pastor nas regiões ilhadas do deserto de Tecoa, e sendo por natureza um camponês moralmente nobre, são e vigoroso (como João Batista, o qual, muitos anos depois, iria pisar o mesmo deserto), Amós foi se desenvolvendo como um reformador religioso e por fim chegou a interessar-se de modo supremo pelos direitos de Deus e pela justiça.
III - Seu chamado à pregação - Amós não teve qualquer preparação especial, profissional ou formal para pregar, tendo se educado, de preferência,  na escola da vigilância. Por descendência não era profeta, filho de profeta, isto é, não pertencia a qualquer grêmio estabelecido, tal como “os filhos dos profetas”. Ao contrário, Javé o tomou, conforme se diz, “quando ele seguia atrás do rebanho”, dizendo-lhe: “Vai e profetiza ao meu povo Israel” (Amós 7:14,15). Ali, na solidão do deserto, talvez “em meio ao terror de uma tempestade”   [como iria acontecer, séculos mais tarde com Lutero], caiu sobre a sua alma uma sombra que o fez reconhecer os juízos vindouros de Deus, sombra que o obrigou a levantar a voz em lamentação sobre o seu povo (Amós 5:1). Semelhantes rústicos, quando chamados da vida livre do campo para a calorosa atmosfera da cidade, com freqüência tornavam-se peritos na sociedade, trazendo com eles “realizações na política e na religião”. Sua missão era especialmente para Israel do Norte. Por isso ele seguiu para Betel, a 19 Km ao norte de Jerusalém, e ali, à própria sombra do palácio real, Amós ergueu a sua voz, clamando vigorosa e apaixonadamente por justiça.
IV - Seu período - O título de suas profecias descreve o seu período como “nos dias de Uzias, rei de Israel,... dois anos antes do terremoto” (Amós 1:1). Essas declarações são em geral confirmadas amplamente pelo conteúdo de sua profecia (Amós 6:13; 7:11). A data do terremoto sem dúvida é meio incerta. Contudo deve ter sido de uma gravidade inusitada, visto como dele faz alusão Zacarias, que iria pregar mais de 200 anos depois (Zacarias 14:5). Parece que o terremoto foi acompanhado de um eclipse total do sol (ao qual supostamente se refere Amós 8:9), eclipse que, segundo cálculos dos astrônomos, aconteceu em 15/06/763 a.C. Isso fixa a data do ministério do profeta em 760 a.C.
         Essa foi a época de ouro de Israel do Norte, com um apogeu de prosperidade nacional. Foi quando Jeroboão II ocupava o trono. Este era um rei forte, governando uma grande extensão territorial, como Jonas havia predito (2 Reis 14:25). Infelizmente, porém, mesmo possuindo grandes riquezas, a sabedoria da nação era pouca. Festas e banquetes substituíram o fervor religioso, com um espírito de avareza dominando a sociedade. A corrupção da justiça era um pecado comum abraçado pelos poderosos. Dia após dia, eles se apropriavam dos terrenos alheios. Os abastados se valiam de toda a máquina legal, a fim de oprimir os pobres. O fato é que os ricos ficavam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Com indiferença  e menosprezo viviam os homens “sossegados em Sião” (Amós 6:1). Prevalecia o amor ao luxo, como aconteceria antes da queda de Roma e no início da Revolução Francesa. A religião perdeu toda a vitalidade e a moral era completamente desprezada [Como acontece nos dias de hoje, no Ocidente]. A falta de sinceridade, a desonestidade, a corrupção, a injúria, o desperdício criminoso e a segurança cega de tal modo se apoderaram dos ricos, voluptuosos e arrogantes que estes se tornaram pagãos em todos os sentidos, exceto no nome. Não é de estranhar que  o profeta do deserto se tenha horrorizado completamente, tendo predito, indignado,  um castigo sobre a nação. O que surpreende é que ele não tenha condenado os bezerros de Betel e Dan, nem tenha anunciado o agente de sua destruição. Também estranho é que ele jamais tenha se referido à Assíria.
V - Seu estilo literário - Mesmo tendo sido um dos primeiros profetas e o primeiro a escrever suas profecias, nada existe de tosco e incompleto, nem de inculto em seu estilo. Pelo contrário, ele é o autor do mais puro e clássico Hebraico de todo o Velho Testamento. Jerônimo o descreve como “tosco no falar, porém não no saber”. Contudo, entre os hebreus, o melhor escrito é uma tradução não afetada da melhor maneira de expressar-se oralmente. E assim deve ser sempre em todo lugar. A tradição judaica o acusou de ter um problema na língua, mas essa tradição não é justificada pelo discurso do profeta. Amós foi um orador. Seu estilo é grave, comedido e retórico. Ele usa orações breves e concisas, valendo-se, com freqüência, de perguntas, apóstrofes e exclamações. Ele entende o poder da repetição e enriquece a sua mensagem com variadas imagens e figuras bucólicas derivadas da natureza, da qual, obviamente, foi um ardente e constante estudioso. Por exemplo, ele exorta Israel a buscar “ao que faz o Sete- estrelo e o Órion”, admoestando-o a se salvar do inimigo “como o pastor livra da boca do leão as duas pernas, ou um pedaço da orelha”.
         A nação está madura para o juízo e prestes a recebê-lo. Amós foi o primeiro entre os profetas a declarar a sentença do Reino do Norte. No dia em que uma grande festa foi iniciada em Betel, ele clamou com lamentações: “A virgem de Israel caiu, e não mais tornará a levantar-se; desamparada está na sua terra, não há quem a levante” (Amós 5:2).  Foi esse o canto fúnebre da nação. Realmente, a situação era grave demais. Havia chegado o dia do castigo de Israel - o Dia do Senhor. Amós pregou essa idéia do ponto em que Joel havia parado, começando com “O Senhor bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; os prados dos pastores prantearão, e secar-se-á o cume do Carmelo” (Amós 1:2). Foi um dia de revelação nacional. Com uma audácia sem paralelo, Amós anunciou ao povo adormecido e embrutecido pela prosperidade os resultados que inevitavelmente irão chegar, sempre que a religião se desvia da moralidade. Pois, com a maior ênfase e com uma clareza sem precedentes ele anunciou a destruição... As causas do juízo eram patentes: as riquezas e o luxo; a frivolidade e a corrupção; a opulência e a opressão; os palácios de verão e inverno; as camas de marfim; os cantos das orgias e o vinho – isso era bastante para convencer o profeta, que não deixava de clamar à Providência. Além disso, havia crimes específicos ainda mais culpáveis e merecedores de censura, como a opressão aos pobres, o confisco de suas vestes em pagamento de dívidas; a injúria não refreada, ainda que sob a capa da religião; o ato hipócrita de dizimar, a observância fingida do sábado e até as peregrinações a santuários distantes [um retrato vivo do Catolicismo Romano em todos os tempos]. Esses e outros males faziam com que a alma sensível de Amós ardesse em indignação, de tal maneira que não seria possível ele deixar de erguer a sua voz em protesto. Amós descobriu em toda parte a enfermidade moral e convenceu-se clara e absolutamente de que Javé o havia escolhido como reformador moral daquela  época. Sua mensagem, portanto, era o evangelho da Lei e não da Graça.
VII - Análise e conteúdo do seu livro - Suas  profecias correspondem, naturalmente, a três divisões:
1. - Capítulos 1 e 2 - Uma série de oito juízos formais sobre Israel e seus vizinhos. Desse modo, repetidos oito vezes, por três transgressões e por quatro não retirarei o castigo de:
1. Damasco, por pisar Gileade (Amós 1:1-5).
2. Gaza, por entregar cativos a Edom (Amós 1:6-8).
3. Tiro, também por entregar cativos a Edom (Amós 1:9-10).
4. Edom, por perseguir sem piedade o seu irmão Amós 1:11-12).
5. Amom, por crueldade contra Gileade (Amós 1:13-15).
6. Moabe, por queimar os ossos do rei de Edom, até as cinzas (Amós 2:1-3).
7. Judá, por rechaçar a Lei de Javé (Amós 2:4-5).
8. Israel, por vender “o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos” (Amós 2:6-16), ensinando toda a série de princípios fundamentais da sociologia bíblica, a saber: 1) A soberania universal de Deus. 2) O pecado da desumanidade. 3) A responsabilidade moral da humanidade. Amós foi o primeiro entre os profetas hebreus a pregar o universalismo, uma coisa tipo moralidade internacional.
2. - Capítulos 3-6 - Aqui temos três discursos de ameaças e condenação, começando com a exortação “Ouvi esta palavra...” (Amós 3:1; 4:1 e 5:1), todas fortemente ameaçadoras: 1. A eleição de Israel por Javé foi condicional (cap. 3, o mais extenso do livro). 2. Uma admoestação às mulheres de Samaria [por ele chamadas “vacas de Basã”], inescusavelmente consideradas egoístas e cruéis. (Cap. 4, comparar com Isaías 3:6 e seguintes). Porque, apesar das reiteradas admoestações, a) fome (v. 6); b) seca (vs. 7,8); c) queimadura e ferrugem (v. 9); d) peste e espada (v. 10); terremoto (v. 11), se não se voltarem a Javé. Por conseguinte, clama o profeta: “... prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus” (v. 12). Uma elegia sobre a nação, cuja restauração é impossível (caps. 5-6); porque a) menosprezam a  justiça (5:7); b) Abominam a repreensão (5:10); ousam desejar o dia do juízo (5:18); d) reduzem a religião ao ritualismo (5:21); e) menosprezam as exortações divinas, as quais dizem: “Buscai ao Senhor e vivei” (5:4,6,14). Por isso o profeta pronuncia uma condenação dupla sobre Israel e seus príncipes: “Irão em cativeiro...” Seus palácios serão destruídos         (6:7,8,11).
3. - Capítulos 7-9 - Uma série de cinco visões, interrompidas pelo sacerdote de Betel (7:10-17), terminando com um epílogo de esperança e consolo (9:7-15): 1. Visão de gafanhotos (7:1-3). 2. Visão de fogo consumidor. 3. Visão do prumo da retidão (7:7-9). Neste ponto, Amazias, o sacerdote de Betel, nega ao profeta o direito de fulminar assim tão veementemente a casa de Jeroboão. Em resposta, Amós repudia, ousadamente, a acusação do sacerdote de que o profeta profetiza para manter-se, garantindo que a sua inspiração independe de toda educação artificial nas escolas. Por isso ele desafia, corajosamente, tanto o sacerdote como o rei (7:10-17). Este incidente faz-nos lembrar John Knox e o lema que ele escreveu nas quatro paredes do seu “estúdio” na Rua Alta, Edimburgo, onde se lia: “Estou no lugar onde a consciência me manda falar a verdade, por isso digo a verdade e quem quiser que me condene”.
4. A visão de um cesto de frutos de verão (Kayitz), com Javé anunciando o fim” (Katz) (8:1-14). Aqui há um jogo de palavras que Amós põe na boca de Javé.
5. Visão de um santuário, representado por pessoas sepultadas sob os escombros da falsa religião.
         O livro termina com uma promessa de restauração - um parágrafo de notável beleza, expressando tanto a esperança como o  consolo e assegurando a Israel que a nação será completamente cirandada e que o remanescente será, finalmente, restaurado (9:7-15).
VIII - O valor permanente de sua mensagem para nós - Nestes breves sermões do profeta podemos colher certas grandes e fundamentais verdades de especial valor eterno, como por exemplo:
1. Amós vindica a personalidade moral de Deus, dando ênfase ao fato de que a essência da natureza divina é a justiça absoluta. Por muito tempo tem sido o costume considerar-se Amós o criador do monoteísmo ético. Ele foi apenas o arauto mais profundo, firme e eloqüente de uma verdade que há muito tempo já era conhecida.  A missão de Amós foi interpretar Javé como um Deus de justiça. Ele não procurou entregar um sistema de teologia nem um tratado de filosofia, mas procurou despertar a consciência de Israel, assinalando a perfeita justiça de Javé.  Porque o Deus de Amós não é apenas o Deus Todo Poderoso e internacional, mas é também o Deus ético e espiritual. As três apóstrofes do profeta dirigidas a Javé são notavelmente majestosas (Amós 4:13; 5:8 e 9:5,6).
2. Amós também ensinou que o culto elaborado, não sendo sincero, é apenas um insulto a Deus: “Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro. E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas”. (Amós 5:21-23).
         Estas palavras são mais eloqüentes para as gerações atuais do que para aquela geração à qual foram destinadas. Muitos cristãos modernos parecem incapazes de conceber a salvação sem os sacramentos e as cerimônias de sua própria igreja. Amós ensinou a Israel que a religião significa muito mais do que o mero culto e que não é o cheiro do holocausto que Deus aceita, mas o incenso de um coração sincero e leal.
3. Além disso, Amós ensinou que deve haver justiça social de homem para homem: “Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso” (Amós 5:24). Sua grande visão era essencialmente a de um reformador, cuja obra era evitar abusos, derrubar maus conceitos estabelecidos, preparando, assim, o caminho à reconstrução que, necessariamente, teria de ser passada adiante. É de profetas assim que o nosso mundo tanto carece, com a mesma paixão de Amós pela justiça social. Para ele era este o maior e mais fundamental postulado da sociedade. Por isso ele ensinou energicamente o caráter inexorável da lei moral (Amós 2:6-8). A moralidade era a maior necessidade de Israel. Os requisitos divinos são sempre morais. Os resultados morais determinam o curso da história. Por meio de idêntica pregação Amós acendeu uma tocha social em Israel, a qual jamais se extinguiu e nem se extinguirá jamais. Toda a sua mensagem serve de um prelúdio idôneo à definição de religião que Tiago 1:27 iria nos dar: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo”.
4. Outra grande verdade ensinada por Amós é o fato de que o privilégio envolve responsabilidade: “De todas as famílias da terra só a vós vos tenho conhecido; portanto eu vos punirei por todas as vossas iniqüidades” (Amós 3:2). Ser privilegiado significa cumprir, antes de tudo, o dever.
5. Outra é a significação e o propósito da calamidade: “Por isso também vos dei limpeza de dentes em todas as vossas cidades, e falta de pão em todos os vossos lugares; contudo não vos convertestes a mim, disse o SENHOR” (Amós 4:6 e seguintes). Todo o desastre era apenas um chamado ao arrependimento (Comparar com Lucas 13:1-5).
6. Outra coisa, a admoestação nunca é antiquada. Essa grande verdade é ensinada praticamente em todo o livro. Há um evangelho em Amós, porém “o evangelho do rugido do leão”.
7. Outra lição é a necessidade da convicção pessoal em um profeta (Amós 7:14,15). A religião é um assunto pessoal, assim como é, também, a convicção, e não pode ser herdada.
8. Finalmente, o livro de Amós tem um valor histórico especial, sendo o mais antigo dos escritos proféticos que não é disputado, tornando-se um teste importante das crenças religiosas correntes em Israel, durante o século 8 a.C. Amós não apenas reconhece os preceitos morais de Javé como obrigatórios para Israel (Amós 5:21-27), mas julga Israel conforme um amplo modelo moral que se torna obrigatório para todas as nações. Por causa desses ensinos ele influenciou os profetas que o seguiram, como Isaías, Jeremias, Ezequiel e  Miquéias.
IX - Passagens especiais de interesse particular 
1) Como Amós 3:3: “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” Esta passagem é tipicamente oriental. É fato bem conhecido, ser perigoso viajar por vales profundos e caminhos ásperos, com acompanhantes desconhecidos, não testados e, possivelmente inimigos, nas montanhas do Oriente.
2) Sem dúvida alguma, Javé é o Senhor: “Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Amós 3:7)... Deus revela os Seus segredos aos que desejam falar em Seu Nome.
3) O verso Amós 5:25: “Oferecestes-me vós sacrifícios e oblações no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? “ dá a entender que não o fizeram, porque, segundo o ponto de vista do profeta: “... o obedecer é melhor do que o sacrificar” (1 Samuel 15:22).
4) “Ai dos que vivem sossegados em Sião, e dos que estão confiados no monte de Samaria, que têm nome entre as primeiras das nações, e aos quais vem a casa de Israel!” (Amós 6:1). Ao que Carlyle observa: “Sócrates era terrivelmente descuidado”.
5) “Para que possuam o restante de Edom, e todos os gentios que são chamados pelo meu nome, diz o SENHOR, que faz essas coisas” (Amós 9:12).
Por ligeiras mudanças, quase infinitesimais no Hebraico, os tradutores da Septuaginta [que o erudito bíblico americano Dr. Samuel Gipp garante que jamais existiu] assim traduziram essa passagem: “Para que o restante dos homens (adham) possa buscar (yidreshu) o Senhor”, conforme citado por Tiago no Concílio de Jerusalém, em 50 d.C. (Atos 15:17). Esta passagem é especialmente interessante, como um notável exemplo da crítica textual.
6) “Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que o que lavra alcançará ao que sega, e o que pisa as uvas ao que lança a semente; e os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se derreterão” (Amós 9:13). Nesta declaração está condensada toda a esperança do profeta no futuro de Israel. Embora a descrição seja de todos os séculos, ela é uma expressão clássica do reino messiânico, o qual envolverá Israel em toda a sua glória e grandeza exterior.

The Tweve Minor Prophets”, George L. Robinson
Publicado por George H. Doran Co, New York, 1926
Traduzido por Mary Schultze, março/abril 2004
Citações bíblicas da Bíblia Revisada FIEL de Almeida

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