I - O homem - Muitos supõem que
Amós é o profeta mais antigo entre aqueles cujos escritos possuímos. Se é
assim, então o seu livro é o mais antigo volume de “sermões”. Quer seja
verdade ou não, Amós é um dos pregadores mais efetivos do
arrependimento e do juízo dos escritos encontrados no Velho Testamento.
Como bem observa Cornill, “Amós é um dos aparecimentos mais maravilhosos na história do espírito humano”.
Sem dúvida o seu nome, que significa “carga” ou “carregador”, deve ser
distinguido cuidadosamente de Amoz, o pai de Isaías, visto como são
escritos de modo diferente no Hebraico. Como Elias, Lutero e outros
reformadores religiosos, Amós foi tanto um produto como um representante
do seu tempo. Severo, ousado, dono de si mesmo, um homem de granito,
com uma mente poderosa e exata e uma viva imaginação, sendo uma das
figuras que mais chamam a atenção em toda a história dos hebreus. Ele
não só foi o primeiro dos profetas que escrevia o que pregava, como foi o
primeiro de uma nova era.
II - Seu lugar e principal ocupação -
Criado às margens do deserto, 19 Km ao sul de Jerusalém, Amós foi um
dos pastores de Tecoa (Amós 1:1), um homem rústico como Miquéias. Como o
nome de seu pai não é mencionado em parte alguma, conclui-se que ele
provinha de família pobre e obscura. Era um pastor e, portanto, nasceu
para ser um pregador. Ele cuidava de uma espécie peculiar de ovelhas
pequenas, cuja lá era fina (conforme indica a palavra hebraica “noked”
em Amós 1:1, auxiliado pelo cognome árabe), uma espécie de aparência
feia, mas altamente estimada pela sua lã. Ele também se apresenta como
um colhedor de figos selvagens (Amós 7:14) e tinha uma relação íntima
com a natureza. Nos desolados distritos de Judá, que desciam bruscamente
para o Mar Morto até o Oriente, onde as feras perambulavam com
freqüência, sem dúvida Amós havia estudado pormenorizadamente as
estrelas, observando as distintas fases da lua e olhando com admiração o
sol, quando este despontava por trás das montanhas de Moabe. Respirando
sempre o ar fresco e vigorante do deserto e escalando com freqüência os
picos mais altos, Amós vivia diante de amplos horizontes, observando o
panorama do deserto como sacramentos da presença divina. Naturalmente
sua ocupação o levou aos mercados de lã, nas cidades setentrionais. Ali
chegou ele a conhecer a vida e a religião do povo. Mesmo tendo pouca
cultura, por ter vivido como um pastor nas regiões ilhadas do deserto de
Tecoa, e sendo por natureza um camponês moralmente nobre, são e
vigoroso (como João Batista, o qual, muitos anos depois, iria pisar o
mesmo deserto), Amós foi se desenvolvendo como um reformador religioso e
por fim chegou a interessar-se de modo supremo pelos direitos de Deus e
pela justiça.
III - Seu chamado à pregação -
Amós não teve qualquer preparação especial, profissional ou formal para
pregar, tendo se educado, de preferência, na escola da vigilância. Por
descendência não era profeta, filho de profeta, isto é, não pertencia a
qualquer grêmio estabelecido, tal como “os filhos dos profetas”. Ao
contrário, Javé o tomou, conforme se diz, “quando ele seguia atrás do rebanho”, dizendo-lhe: “Vai e profetiza ao meu povo Israel” (Amós 7:14,15). Ali, na solidão do deserto, talvez “em meio ao terror de uma tempestade” [como iria acontecer, séculos mais tarde com Lutero],
caiu sobre a sua alma uma sombra que o fez reconhecer os juízos
vindouros de Deus, sombra que o obrigou a levantar a voz em lamentação
sobre o seu povo (Amós 5:1). Semelhantes rústicos, quando chamados da
vida livre do campo para a calorosa atmosfera da cidade, com freqüência
tornavam-se peritos na sociedade, trazendo com eles “realizações na política e na religião”.
Sua missão era especialmente para Israel do Norte. Por isso ele seguiu
para Betel, a 19 Km ao norte de Jerusalém, e ali, à própria sombra do
palácio real, Amós ergueu a sua voz, clamando vigorosa e apaixonadamente
por justiça.
IV - Seu período - O título de suas profecias descreve o seu período como “nos dias de Uzias, rei de Israel,... dois anos antes do terremoto”
(Amós 1:1). Essas declarações são em geral confirmadas amplamente pelo
conteúdo de sua profecia (Amós 6:13; 7:11). A data do terremoto sem
dúvida é meio incerta. Contudo deve ter sido de uma gravidade inusitada,
visto como dele faz alusão Zacarias, que iria pregar mais de 200 anos
depois (Zacarias 14:5). Parece que o terremoto foi acompanhado de um
eclipse total do sol (ao qual supostamente se refere Amós 8:9), eclipse
que, segundo cálculos dos astrônomos, aconteceu em 15/06/763 a.C. Isso
fixa a data do ministério do profeta em 760 a.C.
Essa foi a época de ouro de
Israel do Norte, com um apogeu de prosperidade nacional. Foi quando
Jeroboão II ocupava o trono. Este era um rei forte, governando uma
grande extensão territorial, como Jonas havia predito (2 Reis 14:25).
Infelizmente, porém, mesmo possuindo grandes riquezas, a sabedoria da
nação era pouca. Festas e banquetes substituíram o fervor religioso, com
um espírito de avareza dominando a sociedade. A corrupção da justiça
era um pecado comum abraçado pelos poderosos. Dia após dia, eles se
apropriavam dos terrenos alheios. Os abastados se valiam de toda a
máquina legal, a fim de oprimir os pobres. O fato é que os ricos ficavam
cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Com indiferença e
menosprezo viviam os homens “sossegados em Sião”
(Amós 6:1). Prevalecia o amor ao luxo, como aconteceria antes da queda
de Roma e no início da Revolução Francesa. A religião perdeu toda a
vitalidade e a moral era completamente desprezada [Como acontece nos dias de hoje, no Ocidente].
A falta de sinceridade, a desonestidade, a corrupção, a injúria, o
desperdício criminoso e a segurança cega de tal modo se apoderaram dos
ricos, voluptuosos e arrogantes que estes se tornaram pagãos em todos os
sentidos, exceto no nome. Não é de estranhar que o profeta do deserto
se tenha horrorizado completamente, tendo predito, indignado, um
castigo sobre a nação. O que surpreende é que ele não tenha condenado os
bezerros de Betel e Dan, nem tenha anunciado o agente de sua
destruição. Também estranho é que ele jamais tenha se referido à
Assíria.
V - Seu estilo literário - Mesmo
tendo sido um dos primeiros profetas e o primeiro a escrever suas
profecias, nada existe de tosco e incompleto, nem de inculto em seu
estilo. Pelo contrário, ele é o autor do mais puro e clássico Hebraico
de todo o Velho Testamento. Jerônimo o descreve como “tosco no falar, porém não no saber”.
Contudo, entre os hebreus, o melhor escrito é uma tradução não afetada
da melhor maneira de expressar-se oralmente. E assim deve ser sempre em
todo lugar. A tradição judaica o acusou de ter um problema na língua,
mas essa tradição não é justificada pelo discurso do profeta. Amós foi
um orador. Seu estilo é grave, comedido e retórico. Ele usa orações
breves e concisas, valendo-se, com freqüência, de perguntas, apóstrofes e
exclamações. Ele entende o poder da repetição e enriquece a sua
mensagem com variadas imagens e figuras bucólicas derivadas da natureza,
da qual, obviamente, foi um ardente e constante estudioso. Por exemplo,
ele exorta Israel a buscar “ao que faz o Sete- estrelo e o Órion”, admoestando-o a se salvar do inimigo “como o pastor livra da boca do leão as duas pernas, ou um pedaço da orelha”.
A nação está madura para o juízo
e prestes a recebê-lo. Amós foi o primeiro entre os profetas a declarar
a sentença do Reino do Norte. No dia em que uma grande festa foi
iniciada em Betel, ele clamou com lamentações: “A virgem de Israel caiu, e não mais tornará a levantar-se; desamparada está na sua terra, não há quem a levante”
(Amós 5:2). Foi esse o canto fúnebre da nação. Realmente, a situação
era grave demais. Havia chegado o dia do castigo de Israel - o Dia do Senhor. Amós pregou essa idéia do ponto em que Joel havia parado, começando com “O Senhor bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; os prados dos pastores prantearão, e secar-se-á o cume do Carmelo”
(Amós 1:2). Foi um dia de revelação nacional. Com uma audácia sem
paralelo, Amós anunciou ao povo adormecido e embrutecido pela
prosperidade os resultados que inevitavelmente irão chegar, sempre que a
religião se desvia da moralidade. Pois, com a maior ênfase e com uma
clareza sem precedentes ele anunciou a destruição... As causas do juízo
eram patentes: as riquezas e o luxo; a frivolidade e a corrupção; a
opulência e a opressão; os palácios de verão e inverno; as camas de
marfim; os cantos das orgias e o vinho – isso era bastante para
convencer o profeta, que não deixava de clamar à Providência. Além
disso, havia crimes específicos ainda mais culpáveis e merecedores de
censura, como a opressão aos pobres, o confisco de suas vestes em
pagamento de dívidas; a injúria não refreada, ainda que sob a capa da
religião; o ato hipócrita de dizimar, a observância fingida do sábado e
até as peregrinações a santuários distantes [um retrato vivo do Catolicismo Romano em todos os tempos].
Esses e outros males faziam com que a alma sensível de Amós ardesse em
indignação, de tal maneira que não seria possível ele deixar de erguer a
sua voz em protesto. Amós descobriu em toda parte a enfermidade moral e
convenceu-se clara e absolutamente de que Javé o havia escolhido como
reformador moral daquela época. Sua mensagem, portanto, era o evangelho
da Lei e não da Graça.
VII - Análise e conteúdo do seu livro - Suas profecias correspondem, naturalmente, a três divisões:
1. - Capítulos 1 e 2 -
Uma série de oito juízos formais sobre Israel e seus vizinhos. Desse
modo, repetidos oito vezes, por três transgressões e por quatro não
retirarei o castigo de:
1. Damasco, por pisar Gileade (Amós 1:1-5).
2. Gaza, por entregar cativos a Edom (Amós 1:6-8).
3. Tiro, também por entregar cativos a Edom (Amós 1:9-10).
4. Edom, por perseguir sem piedade o seu irmão Amós 1:11-12).
5. Amom, por crueldade contra Gileade (Amós 1:13-15).
6. Moabe, por queimar os ossos do rei de Edom, até as cinzas (Amós 2:1-3).
7. Judá, por rechaçar a Lei de Javé (Amós 2:4-5).
8. Israel, por vender “o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos”
(Amós 2:6-16), ensinando toda a série de princípios fundamentais da
sociologia bíblica, a saber: 1) A soberania universal de Deus. 2) O
pecado da desumanidade. 3) A responsabilidade moral da humanidade. Amós
foi o primeiro entre os profetas hebreus a pregar o universalismo, uma
coisa tipo moralidade internacional.
2. - Capítulos 3-6 - Aqui temos três discursos de ameaças e condenação, começando com a exortação “Ouvi esta palavra...”
(Amós 3:1; 4:1 e 5:1), todas fortemente ameaçadoras: 1. A eleição de
Israel por Javé foi condicional (cap. 3, o mais extenso do livro). 2.
Uma admoestação às mulheres de Samaria [por ele chamadas “vacas de Basã”],
inescusavelmente consideradas egoístas e cruéis. (Cap. 4, comparar com
Isaías 3:6 e seguintes). Porque, apesar das reiteradas admoestações, a)
fome (v. 6); b) seca (vs. 7,8); c) queimadura e ferrugem (v. 9); d)
peste e espada (v. 10); terremoto (v. 11), se não se voltarem a Javé.
Por conseguinte, clama o profeta: “... prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus”
(v. 12). Uma elegia sobre a nação, cuja restauração é impossível (caps.
5-6); porque a) menosprezam a justiça (5:7); b) Abominam a repreensão
(5:10); ousam desejar o dia do juízo (5:18); d) reduzem a religião ao
ritualismo (5:21); e) menosprezam as exortações divinas, as quais dizem:
“Buscai ao Senhor e vivei” (5:4,6,14). Por isso o profeta pronuncia uma condenação dupla sobre Israel e seus príncipes: “Irão em cativeiro...” Seus palácios serão destruídos (6:7,8,11).
3. - Capítulos 7-9 -
Uma série de cinco visões, interrompidas pelo sacerdote de Betel
(7:10-17), terminando com um epílogo de esperança e consolo (9:7-15): 1.
Visão de gafanhotos (7:1-3). 2. Visão de fogo consumidor. 3. Visão do
prumo da retidão (7:7-9). Neste ponto, Amazias, o sacerdote de Betel,
nega ao profeta o direito de fulminar assim tão veementemente a casa de
Jeroboão. Em resposta, Amós repudia, ousadamente, a acusação do
sacerdote de que o profeta profetiza para manter-se, garantindo que a
sua inspiração independe de toda educação artificial nas escolas. Por
isso ele desafia, corajosamente, tanto o sacerdote como o rei (7:10-17).
Este incidente faz-nos lembrar John Knox e o lema que ele escreveu nas
quatro paredes do seu “estúdio” na Rua Alta, Edimburgo, onde se lia: “Estou no lugar onde a consciência me manda falar a verdade, por isso digo a verdade e quem quiser que me condene”.
4. A
visão de um cesto de frutos de verão (Kayitz), com Javé anunciando o
fim” (Katz) (8:1-14). Aqui há um jogo de palavras que Amós põe na boca
de Javé.
5. Visão de um santuário, representado por pessoas sepultadas sob os escombros da falsa religião.
O livro termina com uma promessa
de restauração - um parágrafo de notável beleza, expressando tanto a
esperança como o consolo e assegurando a Israel que a nação será
completamente cirandada e que o remanescente será, finalmente,
restaurado (9:7-15).
VIII - O valor permanente de sua mensagem para nós -
Nestes breves sermões do profeta podemos colher certas grandes e
fundamentais verdades de especial valor eterno, como por exemplo:
1. Amós
vindica a personalidade moral de Deus, dando ênfase ao fato de que a
essência da natureza divina é a justiça absoluta. Por muito tempo tem
sido o costume considerar-se Amós o criador do monoteísmo ético. Ele foi
apenas o arauto mais profundo, firme e eloqüente de uma verdade que há
muito tempo já era conhecida. A missão de Amós foi interpretar Javé
como um Deus de justiça. Ele não procurou entregar um sistema de
teologia nem um tratado de filosofia, mas procurou despertar a
consciência de Israel, assinalando a perfeita justiça de Javé. Porque o
Deus de Amós não é apenas o Deus Todo Poderoso e internacional, mas é
também o Deus ético e espiritual. As três apóstrofes do profeta
dirigidas a Javé são notavelmente majestosas (Amós 4:13; 5:8 e 9:5,6).
2. Amós também ensinou que o culto elaborado, não sendo sincero, é apenas um insulto a Deus: “Odeio,
desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me
exalarão bom cheiro. E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de
alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas
pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus
cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas”. (Amós 5:21-23).
Estas palavras são mais
eloqüentes para as gerações atuais do que para aquela geração à qual
foram destinadas. Muitos cristãos modernos parecem incapazes de conceber
a salvação sem os sacramentos e as cerimônias de sua própria igreja.
Amós ensinou a Israel que a religião significa muito mais do que o mero
culto e que não é o cheiro do holocausto que Deus aceita, mas o incenso
de um coração sincero e leal.
3. Além disso, Amós ensinou que deve haver justiça social de homem para homem: “Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso”
(Amós 5:24). Sua grande visão era essencialmente a de um reformador,
cuja obra era evitar abusos, derrubar maus conceitos estabelecidos,
preparando, assim, o caminho à reconstrução que, necessariamente, teria
de ser passada adiante. É de profetas assim que o nosso mundo tanto
carece, com a mesma paixão de Amós pela justiça social. Para ele era
este o maior e mais fundamental postulado da sociedade. Por isso ele
ensinou energicamente o caráter inexorável da lei moral (Amós 2:6-8). A
moralidade era a maior necessidade de Israel. Os requisitos divinos são
sempre morais. Os resultados morais determinam o curso da história. Por
meio de idêntica pregação Amós acendeu uma tocha social em Israel, a
qual jamais se extinguiu e nem se extinguirá jamais. Toda a sua mensagem
serve de um prelúdio idôneo à definição de religião que Tiago 1:27 iria
nos dar: “A religião pura e
imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas
nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo”.
4. Outra grande verdade ensinada por Amós é o fato de que o privilégio envolve responsabilidade: “De todas as famílias da terra só a vós vos tenho conhecido; portanto eu vos punirei por todas as vossas iniqüidades” (Amós 3:2). Ser privilegiado significa cumprir, antes de tudo, o dever.
5. Outra é a significação e o propósito da calamidade: “Por
isso também vos dei limpeza de dentes em todas as vossas cidades, e
falta de pão em todos os vossos lugares; contudo não vos convertestes a
mim, disse o SENHOR” (Amós 4:6 e seguintes). Todo o desastre era apenas um chamado ao arrependimento (Comparar com Lucas 13:1-5).
6. Outra
coisa, a admoestação nunca é antiquada. Essa grande verdade é ensinada
praticamente em todo o livro. Há um evangelho em Amós, porém “o evangelho do rugido do leão”.
7. Outra
lição é a necessidade da convicção pessoal em um profeta (Amós
7:14,15). A religião é um assunto pessoal, assim como é, também, a
convicção, e não pode ser herdada.
8. Finalmente, o livro de Amós tem um valor histórico especial, sendo o mais antigo dos escritos proféticos que não é disputado,
tornando-se um teste importante das crenças religiosas correntes em
Israel, durante o século 8 a.C. Amós não apenas reconhece os preceitos
morais de Javé como obrigatórios para Israel (Amós 5:21-27), mas julga
Israel conforme um amplo modelo moral que se torna obrigatório para
todas as nações. Por causa desses ensinos ele influenciou os profetas
que o seguiram, como Isaías, Jeremias, Ezequiel e Miquéias.
IX - Passagens especiais de interesse particular
1) Como Amós 3:3: “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?”
Esta passagem é tipicamente oriental. É fato bem conhecido, ser
perigoso viajar por vales profundos e caminhos ásperos, com
acompanhantes desconhecidos, não testados e, possivelmente inimigos, nas
montanhas do Oriente.
2) Sem dúvida alguma, Javé é o Senhor: “Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Amós 3:7)... Deus revela os Seus segredos aos que desejam falar em Seu Nome.
3) O verso Amós 5:25: “Oferecestes-me vós sacrifícios e oblações no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? “ dá a entender que não o fizeram, porque, segundo o ponto de vista do profeta: “... o obedecer é melhor do que o sacrificar” (1 Samuel 15:22).
4) “Ai
dos que vivem sossegados em Sião, e dos que estão confiados no monte de
Samaria, que têm nome entre as primeiras das nações, e aos quais vem a
casa de Israel!” (Amós 6:1). Ao que Carlyle observa: “Sócrates era terrivelmente descuidado”.
5) “Para que possuam o restante de Edom, e todos os gentios que são chamados pelo meu nome, diz o SENHOR, que faz essas coisas” (Amós 9:12).
Por ligeiras mudanças, quase infinitesimais no Hebraico, os tradutores da Septuaginta [que o erudito bíblico americano Dr. Samuel Gipp garante que jamais existiu] assim traduziram essa passagem: “Para que o restante dos homens (adham) possa buscar (yidreshu) o Senhor”,
conforme citado por Tiago no Concílio de Jerusalém, em 50 d.C. (Atos
15:17). Esta passagem é especialmente interessante, como um notável
exemplo da crítica textual.
6) “Eis
que vêm dias, diz o SENHOR, em que o que lavra alcançará ao que sega, e
o que pisa as uvas ao que lança a semente; e os montes destilarão
mosto, e todos os outeiros se derreterão”
(Amós 9:13). Nesta declaração está condensada toda a esperança do
profeta no futuro de Israel. Embora a descrição seja de todos os
séculos, ela é uma expressão clássica do reino messiânico, o qual
envolverá Israel em toda a sua glória e grandeza exterior.
“The Tweve Minor Prophets”, George L. Robinson
Publicado por George H. Doran Co, New York, 1926
Traduzido por Mary Schultze, março/abril 2004
Citações bíblicas da Bíblia Revisada FIEL de Almeida
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